terça-feira, 27 de outubro de 2020

Moradora em Goiânia pede que hamburgueria troque entregador negro por um branco e o chama de ‘macaco’

              Cliente não aceitou entregador e pediu substituição por um “branco” (Foto: Reprodução Instagram)
De O Popular.

“Esse preto não vai entrar no meu condomínio. Mandar (sic) outro motoboy que seja branco. Eu não vou permitir esse macaco”. Estas foram as frases que uma hamburgueria recebeu durante uma tentativa de entrega no Condomínio Aldeia do Vale, em Goiânia. O fato aconteceu na noite desta segunda-feira (26) e foi divulgado por meio das redes sociais oficiais do estabelecimento Ham Burguer, cuja sede está localizada na Avenida Perimetral Norte, no Setor Goiânia 2, também na capital.

A mensagem foi recebida às 23h45 quando o motoboy chegou na portaria do condomínio residencial. A gerente do estabelecimento explicou, por meio do Twitter e do Instagram que quando o entregador chegou ao local, ela pediu que a cliente liberasse a portaria. As frases acima foram a resposta que recebeu. “No começo, durante uns 15 segundos, eu pensei que era mentira, ou algum teste com o restaurante, uma vez que me recusei a acreditar que eu realmente havia lido isso”, explicou a gerente identificada como Carol.

Ela disse ainda que apesar da vontade de xingar, como representante do estabelecimento, manteve a educação. O entregador não tinha tido contado com a moradora, então Carol acredita que ela tenha ligado na portaria para perguntar se ele havia chegado e ficou sabendo sobre a cor da pele. Isso porque a casa não fica perto da entrada e não dava para ela saber as características do motoboy.

“Me indigna o fato de que isso realmente aconteceu. Não divulguei nenhuma informação da pessoa porque não quero ser processada por difamação, mas vou à polícia denunciar esse crime de ódio. Gravei tudo e está no meu acervo pessoal. Espero que essa criminosa não saia impune, isso é CRIME! Nunca tinha passado por isso antes. No momento, estava em ligação com o entregador, porque precisava passar informações de quadra e lote e ele percebendo que eu tinha me calado perguntou o que havia acontecido. Eu, parada e atônita, tive que contar pelo telefone que um crime de ódio tinha sido cometido contra ele, devido à cor de sua pele. A pessoa finalizou o chat dizendo que não compra em restaurante judaico”, completou o tweet.

A gerente disse que o motoboy chegou à sede da empresa sem reação, tendo que fazer outras duas entregas no bairro. “Fui embora para casa chorando, conversando com o entregador para que ele relatasse ao meu irmão (proprietário da hamburgueria) o que tinha acontecido.”

(…)

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