Foto: Senado Federal
Inscreva-se no Canal Francisco Castro Política e Economia
O segundo ponto surgiu ontem, com a divulgação de mensagens do improvável Luiz Paulo Dominguetti, cabo da PM que se dizia representante da Davati, empresa que estaria tentando intermediar a compra de vacinas AstraZeneca pelo Ministério da Saúde. Quando depôs à CPI da Covid, na semana passada, ele afirmou ter recebido pedido de propina de Roberto Dias, ex-diretor da pasta, em troca da assinatura do contrato. Roberto Dias, homem do Centrão, está sendo ouvido neste momento pelos senadores da comissão. No seu depoimento, Luiz Paulo Dominguetti também apresentou um áudio que implicaria o deputado Luis Miranda no esquema da aquisição das vacinas da AstraZeneca. Não era verdade e, sob ameaça de ser preso, o cabo da PM voltou atrás na história. Provavelmente, Luiz Paulo Dominguetti estava prestando um favor ao tentar desviar o foco no caso de Luis Miranda para o próprio deputado denunciante.
O celular do cabo da PM foi apreendido e, ora veja só, nele havia pelo menos uma mensagem que conecta a safadeza que estava sendo perpetrada ao Palácio do Planalto. Nela, Luiz Paulo Dominguetti afirma a Cristiano Carvalho, tido como um dos representantes da Davati no Brasil, que recebeu um “posicionamento”. “Amanhã até 12h passam o e-mail a ele. Só a quantidade que não tem ainda”, disse ele. Cristiano Carvalho pergunta se a informação veio do tenente-coronel Marcelo Blanco, ex-assessor da Saúde. Dominguetti responde: “Gabinete da Presidência da República. Melhor que ele”. Em outro grupo, o cabo da PM afirma que o contrato com o governo federal, no caso de ser assinado, chegaria a render R$ 200 milhões em comissões aos intermediários. E diz a um dos seus interlocutores: “Bora reservar o Jaguar e uma casa em Brasília”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário