sábado, 3 de julho de 2021

Fundo de investimento diz que extremismo político do bolsonarista Luciano Hang pode ser prejudicial à oferta inicial de ações da Havan

 


Convidado para ser um possível investidor da Havan, um gestor de fundo internacional se recusou a fazer o tour na empresa.

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Segundo ele, o extremismo político do bolsonarista pode ser prejudicial ao IPO (oferta inicial de ações).

“Não duvido que, se um fundo for âncora [investidores de maior peso], ele pode fazer um boicote e pedir resgate”.

O prospecto do IPO protocolado na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) em 2020 previa que a empresa chegaria à Bolsa valendo R$ 100 milhões, mas, em março, o valor baixou para R$ 70 milhões.

Agora, as estimativas de potenciais investidores estimam o valor em R$ 45 milhões.

Segundo prospecto da CVM do ano passado, Luciano Hang é apresentado como fator de risco para a empresa.

O conselho de administração da Havan é formado pelo bolsonarista e mais duas pessoas, o que está longe das práticas de governança corporativa de empresas abertas.

“Esse é o número mínimo para que haja diversidade em competências e expertises em conhecimento técnico”, diz Luiz Martha, gerente de pesquisa, conteúdo e comissões do IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa).

A empresa afirmou que, apesar de ser uma companhia fechada e de único acionista, obedece à boa parte das regras de governança do Novo Mercado.

A Havan cita, por exemplo, ter “Conselheiro Independente, não cumulando as posições de CEO e presidente do Conselho e criou diversos Comitês para garantir o nosso bom funcionamento”.

No site de Relação com Investidores (RI), no entanto, a empresa tem um problema de transparência: só há um comitê, formado por uma pessoa e sem identificação de sua área de atuação.

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O nome do funcionário é Edson Diegoli, que aparece como diretor de relações com investidores e financeiro da Havan, também consta como diretor administrativo de outras empresas de Luciano Hang, entre elas uma administradora de shoppings e quatro geradoras de energia.

“Não faz sentido ter um comitê formado por apenas uma pessoa porque não há o debate e a carga de trabalho é incompatível com a função”, diz a especialista do IBGC.

Com informações da IstoÉ Dinheiro.

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