Até aqui, Barra Torres já disse, por exemplo, que sua conduta é diferente da de Bolsonaro, afirmou ser contra qualquer tipo de aglomeração na pandemia e acrescentou não considerar razoável que alguém discorde de vacinas.
O presidente da Anvisa ainda confirmou reunião no Planalto, com a presença de ministros de Bolsonaro, para tratar de um decreto presidencial que alteraria a bula da cloroquina, com a intenção de avalizar o uso do medicamento para tratamento de pacientes com Covid. Ele afirmou que a médica Nise Yamaguchi, que não integra o governo, foi quem sugeriu a alteração na prescrição do remédio sem eficácia contra a doença.
Em tese, Barra Torres não pode ser demitido por Bolsonaro, pois, após indicação do presidente e aprovação pelo Senado, exerce um cargo com mandato de cinco anos. Ele assumiu a função em janeiro do ano passado. Logo no início de seu depoimento à CPI, o presidente da Anvisa disse que a agência que chefia é órgão de Estado, não de governo.
A mesma fonte ouvida pela reportagem afirmou que, pelo que conhece da postura de Bolsonaro, “alguma retaliação deve ter”, em razão do teor do depoimento de Barra Torres.
O presidente da República mais uma vez mostra que não tolera ser contrariado com a verdade, a ciência e a sensatez. Se de fato retaliar, dará um pouco mais de munição para a CPI.
Inscreva-se no Canal Francisco Castro Política e Economia
Nenhum comentário:
Postar um comentário