A nova política estabelece que 45% do fluxo de caixa livre – a diferença entre fluxo de caixa e investimentos – será destinado aos dividendos, quando a dívida da empresa estiver abaixo dos US$ 65 bilhões. Além disso, ficou definida uma remuneração mínima anual de US$ 4 bilhões em dividendos sempre que o preço do petróleo ultrapassar a marca de US$ 40 por barril, independentemente do nível de endividamento.
Essa mudança de direcionamento também contempla uma revisão no conceito de investimentos que influenciam o valor dos dividendos, incluindo aquisições de participações acionárias. A Petrobrás destaca que a nova política visa garantir a previsibilidade dos pagamentos aos acionistas e assegurar a sustentabilidade financeira de longo prazo, ao mesmo tempo em que possibilita o crescimento contínuo da companhia.
Com a redução dos dividendos, a Petrobrás se alinha a outras empresas do setor internacional, que costumam distribuir entre 25% e 40% do indicador de fluxo de caixa. A gestão petista justifica que essa medida permitirá direcionar uma parcela maior dos recursos gerados para investimentos em setores negligenciados em gestões anteriores, como as energias renováveis e a petroquímica. O presidente da companhia, Jean Paul Prates, tem defendido um diálogo aberto com os investidores para discutir os projetos que receberão esses recursos antes destinados aos dividendos. A expectativa é de que o plano estratégico revisado seja divulgado nas próximas semanas, incluindo indicações de investimentos em energias renováveis e aporte em unidades de refino à base de óleos vegetais, visando a concretização desses planos até o fim do ano. Além disso, a nova política de dividendos permitirá a criação de um programa de recompra de ações, embora ainda não haja detalhes específicos sobre essa estratégia.
Com a promulgação da nova política de dividendos, a Petrobrás busca consolidar uma nova abordagem para seus investimentos e remuneração dos acionistas, cumprindo assim uma das propostas-chave do governo Lula. O objetivo é assegurar a saúde financeira da empresa no longo prazo, ao mesmo tempo em que possibilita o direcionamento de recursos para áreas estratégicas e projetos voltados para a sustentabilidade e o crescimento futuro da companhia.
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