Ainda será necessária maior investigação da imprensa e da ciência política sobre como se deu o fenômeno Bolsonaro. Há informações de que ele começou a se preparar para as eleições de 2018 em 2014. Foi quando começou a se articular especialmente o seu grupo de seguidores nas redes sociais. Bolsonaro procurava crescer na esteira das manifestações de protesto na Copa das Confederações em 2013 e no cansaço com os tempos de PT, o partido que ficara mais tempo no poder na República brasileira. Foi a partir desses dois movimentos que cresceu a direita brasileira.
Bolsonaro moldou-se então como o político lacrador, que não tinha medo de dizer as coisas, contestando o politicamente correto. Dando voz a todo machista, intolerante e preconceituoso que até então guardava para si a vontade que tinha de bater nas suas mulheres, perseguir a comunidade LGBTI+, ostentar suas armas de fogo e outras barbaridades. Ao sinal de Bolsonaro, essa turma emergiu como se fosse uma horda de zumbis de um filme de terror classe B.
Goste-se ou não do perfil, é inegável que Bolsonaro se tornou, então, um líder de massas. Somente ele e o presidente Lula têm essa característica. A militância que Bolsonaro reúne em torno de si só é comparável mesmo à de Lula. Com a vantagem para Bolsonaro de parecer ter hoje muito maior compreensão que Lula de como se dá a nova comunicação via redes sociais.
É preciso ainda se investigar melhor se a candidatura Bolsonaro foi uma ideia do seu núcleo mais próximo – Carluxo e cia. – à qual a direita aderiu por falta de quem a personificasse ou se foi uma ideia construída por outros – aqui e no exterior – que viram em Bolsonaro alguém que podia ser moldado para levar adiante o seu projeto. O fato é que deu certo. E ele foi eleito.
Agora, o Brasil convive com uma corrente de pensamento de direita consolidada que não estava presente no país. Mas que neste momento está órfã de Bolsonaro como líder.
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