terça-feira, 12 de janeiro de 2021

O IPCA em 2020 foi de 4,52%


A inflação oficial do país fechou 2020 em 4,52%, informou há pouco o IBGE — acima, portanto, do centro da meta, de 4%, pelo segundo ano seguido.

Trata-se do maior IPCA em um ano desde 2016, quando os preços avançaram 6,29%.

O resultado é um pouco maior que o esperado pelo mercado: a última estimativa, segundo o Boletim Focus divulgado pelo Banco Central, era de uma inflação de 4,37% em 2020.

Se levados em conta somente os preços dos alimentos, a inflação de 2020 sobe para 14,09%.

E a carestia não deve dar trégua neste início de 2021, pelo menos. Em dezembro, a alta registrada foi de 1,35%, maior taxa mensal desde 2003, primeiro ano do governo Lula.

IPCA encerrou 2020 com variação de 4,52%, 0,21 p. p. acima dos 4,31% registrados em 2019.

IPCA - Variação por regiões - no ano - 2020 e 2019
RegiãoPeso Regional
(%)
Variação anual (%)
20192020
Campo Grande1,574,656,85
Rio Branco0,513,826,12
Fortaleza3,235,015,74
São Luís1,624,285,71
Recife3,923,715,66
Vitória1,863,295,15
Belo Horizonte9,694,204,99
Belém3,945,514,63
São Paulo32,284,604,40
Goiânia4,174,374,33
Salvador5,993,934,31
Porto Alegre8,614,084,22
Aracaju1,034,114,14
Rio de Janeiro9,434,054,09
Curitiba8,093,993,95
Brasília4,063,763,40
Brasil100,004,314,52
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços

Como o IPCA é medido?


O IPCA mede a inflação para famílias com renda mensal entre 1 e 40 salários mínimos, que residem nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Recife, Fortaleza e Belém, além do Distrito Federal e da cidade de Goiânia.

O período de coleta do IPCA ocorre entre o 1º e o 30º (ou 31º) dia de cada mês. O objetivo é identificar, por meio do levantamento, os preços cobrados efetivamente ao consumidor, em pagamentos à vista.

Mas quais são os produtos e serviços que o índice leva em consideração?

Bem, o IPCA considera as seguintes categorias: alimentação e bebidas, artigos de residência, comunicação, despesas pessoais, educação, habitação, saúde e cuidados pessoais, transportes e vestuário.

Cada uma possui um peso diferente no cálculo, conforme você pode observar nas porcentagens abaixo, informadas pelo IBGE.

  • Alimentação e bebidas (23,12%)
  • Artigos de residência (4,69%)
  • Transportes (20,54%)
  • Comunicação (4,96)
  • Despesas pessoais (9,94%)
  • Habitação (14,62%)
  • Saúde e cuidados pessoais (11,09%)
  • Vestuário (6,67%)
  • Educação (4,37%).

Tais itens ainda são divididos em outros subitens. Ao total, o IPCA mede as variações de preços de 465 subitens alocados dentro dessas categorias.

Em 2020

Entre os índices regionais, o município de Campo Grande (6,85%) apresentou a maior variação em 2020, influenciada principalmente pela alta no preço das carnes (25,38%) e da gasolina (8,65%). O menor índice, por sua vez, foi registrado em Brasília (3,40%), onde pesaram as quedas nos preços das passagens aéreas (-20,01%), dos transportes por aplicativo (-18,71%), dos itens de mobiliário (-7,82%) e de hospedagem (-6,26%).


IPCA - Variação e Impacto por grupos - no ano
GrupoVariação (%)Impacto (p.p.)
2019202020192020
Índice Geral4,314,524,314,52
Alimentação e Bebidas6,3714,091,572,73
Habitação3,905,250,620,82
Artigos de Residência-0,366,00-0,010,23
Vestuário0,74-1,130,04-0,05
Transportes3,571,030,660,21
Saúde e Cuidados Pessoais5,411,500,650,20
Despesas Pessoais4,671,030,510,11
Educação4,751,130,230,07
Comunicação1,073,420,040,20
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços

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