HELENA PONTES/AGÊNCIA IBGE NOTÍCIAs
O contingente é recorde, segundo levantamento realizado pela consultoria IDados, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Trimestral divulgado pelo portal G1.
Na contramão, nesse mesmo período, o setor público criou 145,4 mil postos de trabalho. Além de criar vagas, o funcionalismo paga o dobro da iniciativa privada. Segundo o IDados, a remuneração média dos servidores era de R$ 3.951 em setembro de 2020 — valor 94,4% superior aos R$ 2.032 oferecidos pela iniciativa privada.
“O ciclo de contratações do setor público acompanha muito mais o calendário das eleições do que a economia do país”, explica Mariana Leite, pesquisadora do IDados. “Até porque os servidores, em sua maioria, têm estabilidade no emprego. E a demanda por serviços públicos, em momentos de crise, não diminui tanto quanto a demanda por serviços privados”, complementa.
Com a deterioração do emprego privado, a participação do setor público no mercado de trabalho passou a rondar um patamar recorde.
No trimestre encerrado em junho de 2020, a proporção de funcionários públicos chegou a 14,8% da população ocupada, o máximo já apurado desde que a Pnad Contínua começou a ser realizada, em 2012. Em setembro, apresentou um leve recuo, para 14,3%.
A estrutura da carreira no setor público ajuda a explicar por que há um aumento na contratação, apesar do cenário de restrição fiscal enfrentado por municípios, estados e União.
Especialistas explicam que promoções e progressões em excesso geram constante falta de funcionários na ponta, o que acaba criando uma necessidade permanente de contração de pessoal.
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