O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) provocou nova polêmica ao afirmar que ninguém será obrigado a receber a vacina contra a Covid-19. “A vacina, ninguém pode obrigar ninguém a tomar vacina”, disse em resposta a uma apoiadora no jardim do Palácio da Alvorado, na segunda-feira (31/8). No dia seguinte, a fala foi reproduzida em suas redes sociais pela Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República.
Em nota, a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) afirmou que entende ser “dever das autoridades públicas e dos profissionais da saúde conscientizar a população acerca da importância da vacinação, independentemente da obrigatoriedade, sob pena de vivermos retrocessos como a volta do sarampo devido às baixas coberturas vacinais”.
Em entrevista ao site Metrópoles, a pediatra Isabella Ballalai, vice-presidente da SBIm mostrou preocupação com o posicionamento do chefe do executivo.
Pesquisas mostram que 90% dos brasileiros questionados sobre a vacina da Covid-19 disseram que a tomariam. A gente não tem que estar preocupado se vai ser obrigatório ou não. A gente tem que estar preocupado em informar adequadamente a população, em garantir que os critérios técnicos e científicos não serão menosprezados pela urgência da vacinação e em esclarecer que é necessário esperar resultados para ter respostas.
A gente está em um país que é favorável à vacinação. Nunca houve uma preocupação em relação à penalidade do adulto, mas está previsto em documento de fevereiro de 2020, da Presidência, que uma das estratégias que podem ser adotadas contra a pandemia é a vacinação. Então, o governo pode obrigar as pessoas a se vacinarem.
Com o cenário da Covid-19, a gente vê que o isolamento é necessário, o medo de sair de casa e não entender que a vacina continua na rotina ou não ser informado sobre isso e achar que dá para postergar (a vacinação) tem feito com que as nossas coberturas atuais estejam em torno de 40 a 50% entre as crianças menores de 1 no.
É uma urgência que o Ministério já está trabalhando, no sentido de resgatar essas crianças. Em outubro tem campanha, mas a gente não pode esperar. É preciso levar as crianças para o posto com segurança.
A rubéola congênita e o tétano neonatal estão eliminados. Até pouco tempo o sarampo era uma doença suprimida, mas a cobertura vacinal caiu.
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