terça-feira, 29 de setembro de 2020

Advogado negro afirma que foi espancado, torturado e humilhado por PMs de Goiás até dizer que votaria no Bolsonaro

 

        Foto: Divulgação

Do Metrópoles:

Um advogado de 24 anos afirma que foi vítima de espancamento, abuso de autoridade, racismo e perseguição política por seis policiais militares em Luziânia (GO), cidade do Entorno do Distrito Federal. Homem negro, o advogado conta ter sido algemado, agredido com socos, spray de pimenta e armas de choque, além de humilhado por ter dito que votava no PT. Ele teria sido obrigado a afirmar que passaria a votar em Jair Bolsonaro (sem partido) para se ver livre da suposta ação truculenta.

O homem, que pediu para não ter o nome divulgado, registrou um Boletim de Ocorrência e fez exame no Instituto Médico Legal para comprovar as lesões. Ele também denunciou o caso à corregedoria da PM goiana (foto em destaque). Quase 24 horas após o fato, ao conversar com o Metrópoles, o advogado ainda estava com a voz bastante rouca – efeitos do spray de pimenta, conforme afirmou.

Ele contou que atravessava a avenida Alfredo Nasser, em Luziânia, acompanhado por dois amigos, sendo o único negro do grupo. Por volta das 23h40 de domingo (27/9), três viaturas da PM passaram em alta velocidade e fizeram uma manobra bem perto do trio. “Eu perguntei: ‘vai atropelar?’. Ai ele [um dos PMs] já desceu dando três tapas no meu rosto e jogando spray de pimenta”, relata.

O jovem diz ter sido algemado em seguida, enquanto seguiam as agressões. “Socos na cabeça, chutes, muita violência. Aí me jogaram no camburão e pensei que pelo menos ia poder reclamar a um delegado, mas eles me levaram para o batalhão da PM, o 10º Batalhão de Luziânia, me tiraram da viatura e continuaram o espancamento no estacionamento. Gritei muito para ver se aparecia algum superior, mas ninguém veio”, destaca.

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