quarta-feira, 18 de novembro de 2020

Será que agora o Bolsonaro vai trocar o Trump pelo Putin?

                                   Imagem: Alan Santos/PR
Da coluna de Reinaldo Azevedo na UOL:

Opa! Rolou uma broderagem política entre o quase ditador da Rússia, Vladimir Putin, e o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro — que, por aqui, chegou a flertar com a possibilidade de um autogolpe, mas foi malsucedido. A julgar pelas declarações recentes dos chefes das três Forças militares, o intento não se realizará… Pois é… Nesta terça, em reunião virtual com os chefes de Estado dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o presidente brasileiro teve suas virtudes masculinas exaltadas pelo presidente da Rússia, um notório homofóbico. Naquele país, gays estão proibidos de demonstrar afeto em público, o que pode render cadeia. O pretexto é proteger as criancinhas.

De macheza, Putin entende. Veja-se a sem-cerimônia com que ele pode invadir um país e anexar um pedaço do território, como fez, por exemplo, com a Criméia. Seus adversários políticos dentro da Rússia ou nas nações que considera o seu quintal não costumam ter um bom destino. (…) Putin é um tirano com bastante habilidade política. Já percebeu que, com a derrocada de Donald Trump — com a possibilidade de ir para a cadeia —, Bolsonaro está na pista, em busca de um parceiro de broderagem política. O autoritarismo, a intolerância e a homofobia de ambos se combinam. (…)

Bolsonaro já pode começar a se despedir da viuvez. Terá um novo troglodita para chamar de amigo. A aproximação nem é assim tão exótica, não é? Putin também vai ficar com saudade de Trump, seu chapa. Afinal, os agentes do Kremlin ajudaram a impulsionar, em 2016, a campanha de Agente Laranja que contaminou a Casa Branca e a sabotar a de Hillary Clinton. “Brother” reacionário conhece “brother” reacionário.

(…)

Nenhum comentário:

Postar um comentário