Da coluna de Leonardo Sakamoto na UOL:
Os votos da eleição presidencial norte-americana não foram totalmente contabilizados e talvez leve dias até que sejam porque milhões foram enviados antecipadamente pelo correio, como permite a legislação. Mesmo assim, o presidente Donald Trump declarou-se vencedor, atacou a legitimidade dos votos por correio, acusou fraude e disse que vai à Suprema Corte (onde tem maioria) para que a contagem pare. E ao tentar invalidar os votos, golpeia a democracia norte-americana.
Às 6h desta quarta (4), horário de Brasília, ele estava à frente na contagem de votos em Wisconsin, Michigan, Pennsylvania (estados decisivos, que se alinham ora a democratas, ora a republicanos) e Geórgia, mas com a eleição ainda em aberto. O voto enviado pelo correio, prática incentivada por Joe Biden por conta da pandemia, pode mudar o cenário.
Grandes cidades como Detroit, em Michigan, consideradas fortalezas democratas, ainda têm votos a despejar. Trump sabe disso e quer que a votação se encerre enquanto está na frente. “Nós vamos à Suprema Corte, queremos que todos os votos parem, não queremos que os votos sejam encontrados até as 4 da manhã. É um momento triste”, afirmou o presidente. “Isso é uma enorme fraude. É uma vergonha para o nosso país. Francamente, nós ganhamos esta eleição.”
Independentemente de quem ganhe, deve ser uma vitória apertada dentro do bizarro sistema eleitoral norte-americano – forjado, no século 19, para garantir que uma elite de delegados, escolhida por estado, decidisse quem seria o “iluminado” que guiaria a nação, evitando entregar o destino do país ao resultado do voto direto e popular.
(…)
Nenhum comentário:
Postar um comentário