Joe Biden. (foto: JIM WATSON / AFP)
Do ESTADÃO:
Relatórios de bancos e consultorias disparados nos últimos dois dias apontam que a vitória do candidato democrata Joe Biden é mais vantajosa para o Brasil porque os países emergentes vão passar a ser uma oportunidade atraente de investimento no cenário de aprovação de um novo pacote de estímulo, o que deve ampliar o apetite dos investidores e diminuir a tensão comercial.
A maior gestora do mundo, BlackRock, recomendou nesta semana aplicações nas bolsas de países emergentes porque devem crescer acima da média mundial, com essa perspectiva. A gestora é responsável pela administração de US$ 2,6 trilhões em ativos, mais do que o PIB da África. Para o banco americano Goldman Sachs, a presidência de Biden provavelmente fará uso de uma abordagem mais multilateral ao comércio global.
Como país emergente, o Brasil pode se beneficiar, mas corre o risco de o fôlego ser de curto prazo se governo brasileiro não afastar o risco fiscal e as propostas de reforma não ganharem tração no Congresso, apontam os especialistas. Lucas Aragão, sócio da Arko, uma das maiores empresas de análise política do País, relata que nas últimas 48 horas foram divulgados diversos relatórios – como o da BlackRock e do banco de investimentos suíço UBS – apontando que os países emergentes saem beneficiados, sobretudo, pela aprovação de um pacote de estímulo que injetaria mais recursos no mercado, o que acabaria estimulando apetite por risco. “Com liquidez, as pessoas começam a olhar ativos não tradicionais. O Brasil é um ativo não tradicional”, diz.
Para Aragão, o Brasil pode também aproveitar uma onda de investimentos em áreas de energia renovável, área de interesse de Biden, já que tem uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo. Com uma política externa americana mais previsível, menos explosiva e menos baseada em sustos e tuítes, o investidor começa a caminhar num ambiente de maior previsibilidade, o principal combustível do investidor internacional.
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