Dois peritos da Polícia Federal admitiram que os documentos
copiados do "setor de operações estruturadas" da Odebrecht podem ter
sido adulterados. Os arquivos foram utilizados para argumentar que a
construtora doou R$ 12 milhões a Lula como forma de suborno para a compra do terreno do Instituto Lula.
As irregularidades foram anexadas à complementação das alegações
finais do processo contra o petista. O documento foi protocolado pela
defesa do ex-presidente nesta quarta-feira (26/2).
De acordo com a Polícia Federal, os arquivos utilizados na denúncia
contra Lula foram diretamente copiados dos sistema “MyWebDay”, utilizado
pelo departamento de operações estruturadas da Odebrecht.
No entanto, antes de ser enviado às autoridades, o material teria
ficado em posse da construtora por quase um ano. O período, segundo a
defesa do ex-presidente, foi utilizado para adulterar os arquivos. A entrega dos dados
ocorreu após a empresa assinar um acordo de leniência com o Ministério
Público.
A admissão consta de uma conversa, gravada no dia 30 de setembro de
2019, entre peritos da PF e Cláudio Wagner, contratado pela defesa de
Lula para apresentar um laudo complementar ao parecer técnico
apresentado pela PF.
Segundo Roberto Brunori Junior, perito criminal da PF, ao contrário
do que o MP afirmou, os arquivos foram colhidos com a Odebrecht, e não
extraídos diretamente dos servidores na Suíça.
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