O que acontecerá com a economia brasileira se o Paulo Guedes sair do governo?

O motivo do desgaste entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o Jarir Bolsonaro vem principalmente da lentidão do andamento da pauta econômica defendida pelo ministro, já que o presidente não abraça de fato sua agenda ultraliberal, nem tem articulação política no Congresso para garantir a aprovação das medidas. Além disso, o ministro passou a ser o foco de fortes críticas nas últimas semanas após suas próprias declarações muito polêmicas, que, por sua vez, ajuda a atrapalhar o andamento de propostas impopulares, como a reforma administrativa para alterar regras do funcionalismo público.

Para muitos analistas políticos e econômicos, uma eventual saída de Paulo Guedes após apenas um ano de governo deve gerar turbulência e afetar negativamente a imagem da gestão Bolsonaro. Se isso ocorrer, no entanto, a tendência seja escolhido um economista com um perfil muito parecido para substituí-lo e que já esteja dentro do próprio governo. Por exemplo, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para o ministério da Economia, ou promovendo para o cargo o Secretário do Tesouro, Mansueto Almeida. 

"Paulo Guedes é um dos pilares da razoável estabilidade na percepção de investidores e empresários com relação à economia, a despeito de todos os focos de incerteza. Se ele sair, acredito que o presidente buscaria um nome na mesma linha. Seria um risco muito alto para a administração Bolsonaro perder a questão econômica como uma variável para capital político", afirma o cientista político Rafael Cortez, da consultoria Tendências. 

Embora muitos estejam apostando na saída do então ministro mais forte do governo, a tendência é que ele continue, muito embora esse governo é muito imprevisível e tudo pode acontecer.