Naturalmente, a maior das ameaças para o Brasil é o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que viu sua tentativa de se converter num autocrata ser frustrada por uma derrota apertada nas urnas para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em outubro do ano passado, mesmo com sua matilha de extremistas ensandecidos tentando iniciar um golpe de Estado em 8 de janeiro, o que também não deu certo.
André Mendonça, o ministro “terrivelmente evangélico” indicado por Bolsonaro para o Supremo, entre sorrisos desajeitados e cumprimentos discretos, parecia até “feliz” e sem o peso de precisar ficar pautando um discurso reacionário para agradar o “chefe”. O mesmo pode se dizer do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que todo faceiro “brindou a democracia”, argumentando que “temos um guardião da Constituição que tem funcionado muito bem”, rasgando-se em elogios à corte mais alta do Judiciário brasileiro.
Flávio Dino, o ministro da Justiça que tem encampado uma verdadeira luta para aniquilar os focos de terrorismo da extrema direita, sem citar nomes, deixou claro que o Brasil agora mergulha em “tempos de normalidade”, tendência seguida por outros participantes do encontro, como acadêmicos de várias universidades portuguesas e brasileiras. Sobre não citar o nome de Bolsonaro, essa foi uma prática de generalizada. Ninguém pronunciou as quatro sílabas de seu sobrenome.
O que se sentia no ar era uma necessidade de celebrar o fim das monstruosidades anticivilizacionais levadas a cabo pelo ex-presidente, mesmo sem mencioná-lo. O 11° Fórum Jurídico de Lisboa, organizado pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e organizado pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), Fundação Getúlio Vargas (FGV) e Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, serviu como convescote semioficial para que o Brasil deixe no passado as insanidades que vigoraram por quatro anos, e voltar a ser reconhecido, celebrado e cortejado pelo mundo civilizado, jogando no fundo de uma gaveta o obscurantismo tosco, autoritário e violento que tentou se perpetuar e aniquilar nossa democracia.
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